quarta-feira, 30 de maio de 2012

Resquícios Palpáveis do Colonialismo Europeu e as Incongruências dos Enclaves Europeus

Imaginemos  o seguinte panorama geopolítico: Portugal tem como território, para além do continente e das ilhas da Madeira e Açores, as Astúrias. Seria no mínimo estranho! Regressemos uns anos atrás e Portugal tinha em sua posse administrativa o território de Macau. Tanto uma situação como a outra se poderiam explicar recorrendo à história dos povos. Tudo teria uma explicação mas não é por isso que faria sentido a manutenção desses territórios a não ser por motivos egoístas de geo-estratégias politico-comerciais.
A minha perspectiva sobre as fronteiras e territórios de um país é que devem ser territórios contínuos e/ou adjacentes separados por água e nunca por terra. Por exemplo, não tenho nada contra os Açores fazerem parte do território português, pelo menos enquanto a maioria do povo açoriano não querer a sua auto determinação. Já me choca o facto do Reino Unido ter em seu poder o território de Gibraltar e por muita verborreia histórica que me atirem para cima, continua a não ter sentido nenhum essa possessão. O tempo em que as nações herdavam países através dos casamentos reais já lá vai!

O facto é que em pleno século XXI a Europa continua com tiques colonialistas, absolutismos hereditários  de conquistadores dos tempos dos descobrimentos; tanto no plano político/económico, como no campo territorial, no espaço europeu e "ultramarino". Vejam o quadro em baixo e creio que irão compreender melhor o que estou para aqui a dizer, os países que estão dentro de parêntesis são aqueles que reclamam os territórios como sendo deles:


ESPANHA Norte de África:
Ceuta; Melilla; Penon de Velez de la Gomera; Penon de Alhucemas; Ilhas Chafarinas; Ilha Perejil; (Marrocos)
FRANÇA América do Sul:
Guiana Francesa (Suriname);

Caraíbas:
Guadalupe; Martinique;

África:
Mayotte (Comoros); Reunião; Bassas da India; Ilha da Europa; Ilhas Gloriosas; Ilha Juan de Nova (Madagascar)
Ilha Tromelin (Mauritius)

Oceania:
Ilhas Matthew e Hunter (Vanuatu)
REINO UNIDO
(UK)
Europa:
Gibraltar (Espanha)
Irlanda do Norte (Republica da Irlanda)

África:
Arquipelago Chagos(Mauritius)

América do Sul:
Islas Malvinas; South Ilhas da Georgia e South Sandwich (Argentina)
AZERBAIJÃO Euro-Asia
Republica Nakhchivan
Republica Nagorno-Karabakh
ARMÉNIA Euro-Ásia
Republica Nagorno-Karabakh
RÚSSIA Europa:
Enclave de Kaliningrad
DINAMARCA América do Norte:
Gronelândia
NORUEGA América do Norte:
Gronelândia

O "Velho Continente" está velho, decrépito, sem autoridade moral para se fazer passar por consciência do Mundo, os Americanos têm a quem sair! Estes exemplos se não resolvidos, estas disputas, este não querer perder, poderão levar a novos conflitos ou ao reacendimento deles, como é o caso de Nagorno-Karabakh que viu o conflito terminado à menos de 2/3 anos. A consciência dos povos, as vontades, as culturas, o Homem, são mais importantes do que meras geo-estratégias, economias ou  cartéis. Os Povos têm de ser livres!

Acabo este post com a seguinte passagem da "Declaração Universal dos Direitos Humanos":

Na Secção II, cuidando do Direito à Auto determinação Política, estabelece essa Declaração:
   - Todos os povos têm o direito imprescritível e inalienável à auto determinação. Determinar o seu estatuto político com inteira liberdade, sem qualquer ingerência estrangeira (artigo 5);
   - Todos os povos têm o direito de se libertar de toda dominação colonial ou estrangeira directa ou indirecta e de todos os regimes racistas (artigo 6);

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